segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ficou por ficar?


Você deve estar ouvindo vozes, cara! Da minha boca, nunca sairia um pedido desses... 
Talvez tenha sido meu coração atrevido que esguela toda vez que sua boca fica à distância de um fio da minha ou o meu olhar meio gatinho abandonado quando você desce as escadas do prédio para ir embora. Afinal, quem nunca falou sem precisar abrir a boca? 

Mas isso... Não!

A gente pede cafuné e chameguinho, última mordida do sorvete, presente de aniversário adiantado, passeio romântico no parque. A gente perde a vergonha e pede para conhecer a família, para levar num lugarzinho mais reservado, para trocar aquela camiseta quase pijama laranja fluorescente.
Mas, oras, nem por muita vontade, coragem ou atrevimento, eu te pediria para ficar. 

Quem fica, fica por conta, risco e desejo. Todos próprios. Não posso - e não quero - tirar de você uma das poucas coisas que te faz merecedor da sua felicidade: o direito da escolha. 
Torço para que, além de livre e espontânea, ela seja sempre sua. Só sua. 
E ainda que eu tivesse alguma influência nessa decisão, darling, quem bate o martelo é você. Já carrego meus fardinhos diários resultantes das escolhas que eu mesma fiz, não cabe o de mais ninguém. 

Permanecer. 
Criar raiz. 
Entrelaçar corações.

Sem pedido. 
Sem cobrança. 
Sem culpa.

Por você.
E comigo!

Amanda Fabris

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